morrei-me

Dói. Mas é leve como um sopro.
Sutura na alma, endurece, gruda e refaz.
O corpo geme, lacrimeja, sofre e padece.
Cansa. Mata. Devagar.
Ausências aliviam.
Morte é o que se vai.
O presente dinamita.
Amar é conclusão, amar é técnica.
Viver é o acaso perdido.
É o forro do sótão.
É o substrato.
Rir é o pior remédio.
Feliz é o sacro não humano.
Dói. E não passa.
Reergue a falta em torres de aço.
 Enquanto à machadada crescemos.
 Pelo mesmo fio que tudo vê
 Em lâmina que tudo apaga.
 Me despeço e saúdo!
 Aqueles que tudo evitam.
 E gozam – profanos
 Na ilusão do futuro.

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