Enquanto madrugávamos no silêncio distante
Dos teus olhos de carbono
Uma lágrima minha
Sangrou e separou em sais
O que era meu, teu, nosso e do mundo
E de rosto enxuto
Entreguei metáforas ao mal
Descansando as costas de papel
Na muralha de espinhos
Reservada aos vaidosos
E se nascer outra manhã
À fazer brilhar o que secou
E desferir
o que a noite deixou rasgar
Quando o ouro opacou
Chamarei de odiosos
Os anjos da certeza
Que mudaram a sorte de lado
Com a espantosa leveza
A fim de opacar o que brilhou
Nos idos tempos outros
Enquanto madrugávamos no silêncio distante
Dos teus olhos de carbono
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