Minhas marcas da vida dele

Disse a um alguém que não me ouvia
Que não há ferida,
Que não há dor, nem cicatriz...

Disse tudo a um alguém, que não sentia

Amor, ódio... Tampouco a alegria
De estar, ou saudade, de sair
Em busca do sorriso que traiu

Adormeci como um poeta

A sonhar com o cheiro de sangue
E incendiar lembranças, ao acordar

E então reconheci,

Sustentado pelas colunas angustiantes do nada,
O edifício que a dúvida ergueu
Quando esculpiu em ti, olhos claros de demônio

E me fez chorar

Nas muitas tentativas em vão
De escapar daquele que é dono do meu medo!

Perco a batalha ao abandono,
Na miserável esperança de não mais vivê-lo...




.

Nenhum comentário: