Buraco Negro


Nada, nem mesmo a luz de ti escapa
Distante de Deus - a força motriz dos calabouços variáveis!

Que não se vê e não se sente.

O temor molda-te a face, para o além-infinito!
Rasga o espaço-tempo
E se esconde no horizonte de evento
Das intangíveis albergarias,
E tronos de Zebus,
Refletindo um círculo maldito!
Que sangra em cosmologias...

Ante a luz que reduz e conduz
O tempo-espaço,
Dos anjos seminus – que lançam ao vento
Único, do movimento que induz,
Um quantum ao momento - se ausenta do compasso.

És,
Maciça e estelar – esférica vítima!
De força gama, áspera, membranosa
E eruptiva – filha da inexplicável e legítima
Sorte!

Aos humanos, a vida. Ao universo, o colapso...

E assim reina astuciosa - eterna morte
Da alma constelar eternizada em traço!
Se fora supernova, és mãe a entropia
Mestra da partícula, do silêncio cósmico - pura energia!

Metáfora divina que norteia o desapego
Ilumina-nos então, pai Buraco negro!