Colosseios

Ordem semântica de curiosa curva 
Monte que não se escala, flutuante – o anjo na nuvem 
Como a prima hora que rasga a terra em raio de sol 
Vermelho por dentro – e afora ofusca 
E brilha, como a láctea de amor que escorre da fenda 

E no passear vacilante de dedos reparto 
Pele, poro, ar e colo – em suave tremor febril de encantamento turvo 
E sólido – o corpo que se toca 
Vivo. 
Eu – no planeta do pecado sublime 

Onde anjos se olham... 

Cupidos corrompidos pelo desejar constante 
De pobres homens frágeis 
Amantes da plasticidade única – o corpo divino 
De fragrância diabólica 
E destino mundano, inefável. 

Composta como peça, parte a parte, canto a canto 
Sem cantos, nem quinas – projéteis orgânicos, maciez, natura... 
Na sina de ser o elo 
Entre o duro golpe, singelo e voraz do belo – existir 
E colidir – cria e criador 
Pelo amor – sim, zelo... 
E ensaio, o balé exuberante 
Ante a ausência repugnante dos atores errantes 
Que gritam ao meu ouvido 
No quando suspirante - em teu seio 
Ouço tudo, inquieto e repousante... 

E me escapa, sem receio 
E sincero - o "Amo" que não cala 
Mas traduz em fala, o que antes persevero... 

Que mora ali, nas saliências que venero - e que o sorriso prometeu 
Um coração alheio - O meu coração teu

2 comentários:

marcia mesquita disse...

Por Júpiter!!!

E me escapa, sem receio
E sincero - o "Amo" que não cala
Mas traduz em fala, o que antes persevero...

Que mora ali, nas saliências que venero - e que o sorriso prometeu
Um coração alheio - O meu coração teu

Unknown disse...

Nossa....adorei esse.....muito inspirador...rs..lindo